terça-feira, 22 de outubro de 2013

Como a família pode contribuir para o processo de alfabetização dos filhos.



Infelizmente, para muitas famílias, a vida escolar do filho só começa quando ele entra na sala de alfabetização, desprezando toda a vivência da criança antes desse período.
Também, muitas vezes, os familiares acreditam que esse trabalho só deve acontecer e ser de responsabilidade da escola, porém algumas escolas até com a intenção de "poupar" os pais, assumem essa "tarefa" sozinhos. Não é bem assim! O processo de alfabetização não é fácil e requer muito trabalho e empenho de todos os envolvidos. Ele engloba muitos aspectos que dizem respeito não só à maturidade cognitiva, mas também à maturidade emocional do aprendente, sendo um processo que se iniciou anos antes do 1º ano do ensino fundamental e não terminará completamente nesta ano. A participação da família durante todo esse período é fundamental.
Em todo o processo de alfabetização é muito importante que a família participe de forma espontânea e não somente nas lições de casa com o objetivo de que a criança leia e escreva.
O “exercício” da escrita e leitura se faz, muitas vezes, de forma não sistematizada, por isso a família tem um papel estratégico. Como diz psicolinguista Argentina Emília Ferreiro: “...permite-se e estimula-se que a criança tenha interação com a língua escrita nos mais variados contextos.”
Segue algumas dicas para os pais que desejam compartilhar com os filhos esse processo.

• Proporcione fora do contexto escolar, situações de leitura e escrita, optando por textos e livros mais simples, curtos e de fácil entendimento. Podem também ser textos escritos pela própria criança ou pelo adulto. Incentive-o a confeccionar listas de supermercado, bilhetes, agendas, diários, entre outros.

• Tire as dúvidas, leia e escreva as palavras que a criança não conseguir ler ou escrever, mas de forma lúdica,lembre-se a criança aprende com o erro, desde que ela perceba e participe da correção.

• Se perceber que seu filho está com muitas dificuldades, reveze a escrita e a leitura com ele. Leia uma página e ele outra. Uma dica interessante é utilizar a revista em quadrinhos para que cada um assuma um personagem e estabeleça um diálogo através da leitura.

• É comum, nesse momento, que algumas crianças ainda utilizem variados tipos de letras na hora de escrever, pois eles podem estar experimentando ou mesmo buscando a que acha mais “fácil”, recursos que devem ser respeitados e direcionados de forma coerente e tranquila. Aos poucos, com intervenções e sinalizações positivas e se sentindo mais seguras, possivelmente essas crianças irão definir o padrão de letra.

• Demonstre motivação, paciência e interesse pelo que a criança está escrevendo e lendo.Reserve um tempo e disponibilidade para acompanhar as tarefas de seu filho.

• Estabeleça horários e locais adequados para as tarefas de casa e para as atividades de “letramento”, este horário não pode concorrer com a programação de TV predileta da criança ou o videogame ou o irmão mais novo, pois isso não há motivação que resista, não podemos esquecer que a criança tem que encontrar prazer nesse momento e não apenas "cumprir tarefa".

• Se a criança demonstrar desinteresse pelo convite à escrita e leitura, não desista. Busque momentos propicio dentro do contexto cotidiano da criança, de forma natural e que resulte no exercício da leitura e a escrita.

• Visite bibliotecas e livrarias com a criança e exercite com ela a escolha de títulos. Busque conhecer as preferências literárias para melhor envolve-la neste momento.

• Comente sobre as suas experiências de leitura nesta fase faça indicação, mas lembre não imponha o livro que você acredita ser necessário, pois o tiro pode sair pela culatra.

• Não deixe de fazer a leitura dos livros enviados pela escola e de outros títulos que você oportunizar a ele.

• Ao final da leitura de um livro ou texto, comente sua opinião sobre o que foi lido e pergunte o que ele achou, que parte mais gostou, se indicaria para outra pessoa, entre outros. Isso é fazer a criança perceber a “função social da leitura e da escrita”.

• A motivação é o que impulsiona o desejo de aprender,a criança deve ser elogiada a cada avanço e conquista, afinal, a apropriação da escrita e da leitura não é fácil assim.

• É comum que os pais tenham dúvidas sobre o processo. Se isso acontecer, busque a escola e a equipe pedagógica da instituição em que seu filho estuda.

• Divirta-se e se emocione com este momento pois é um momento mágico e que é tão ímpar que jamais serão esquecidos, e lembre - se a família é a responsável pelo desenvolvimento do hábito ou melhor do prazer a leitura, ninguém pode praticar aquilo que não foi aprendido, vivenciado. O EXEMPLO É TUDO.

SILVANA ABRAHÃO



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