terça-feira, 22 de outubro de 2013

Como a família pode contribuir para o processo de alfabetização dos filhos.



Infelizmente, para muitas famílias, a vida escolar do filho só começa quando ele entra na sala de alfabetização, desprezando toda a vivência da criança antes desse período.
Também, muitas vezes, os familiares acreditam que esse trabalho só deve acontecer e ser de responsabilidade da escola, porém algumas escolas até com a intenção de "poupar" os pais, assumem essa "tarefa" sozinhos. Não é bem assim! O processo de alfabetização não é fácil e requer muito trabalho e empenho de todos os envolvidos. Ele engloba muitos aspectos que dizem respeito não só à maturidade cognitiva, mas também à maturidade emocional do aprendente, sendo um processo que se iniciou anos antes do 1º ano do ensino fundamental e não terminará completamente nesta ano. A participação da família durante todo esse período é fundamental.
Em todo o processo de alfabetização é muito importante que a família participe de forma espontânea e não somente nas lições de casa com o objetivo de que a criança leia e escreva.
O “exercício” da escrita e leitura se faz, muitas vezes, de forma não sistematizada, por isso a família tem um papel estratégico. Como diz psicolinguista Argentina Emília Ferreiro: “...permite-se e estimula-se que a criança tenha interação com a língua escrita nos mais variados contextos.”
Segue algumas dicas para os pais que desejam compartilhar com os filhos esse processo.

• Proporcione fora do contexto escolar, situações de leitura e escrita, optando por textos e livros mais simples, curtos e de fácil entendimento. Podem também ser textos escritos pela própria criança ou pelo adulto. Incentive-o a confeccionar listas de supermercado, bilhetes, agendas, diários, entre outros.

• Tire as dúvidas, leia e escreva as palavras que a criança não conseguir ler ou escrever, mas de forma lúdica,lembre-se a criança aprende com o erro, desde que ela perceba e participe da correção.

• Se perceber que seu filho está com muitas dificuldades, reveze a escrita e a leitura com ele. Leia uma página e ele outra. Uma dica interessante é utilizar a revista em quadrinhos para que cada um assuma um personagem e estabeleça um diálogo através da leitura.

• É comum, nesse momento, que algumas crianças ainda utilizem variados tipos de letras na hora de escrever, pois eles podem estar experimentando ou mesmo buscando a que acha mais “fácil”, recursos que devem ser respeitados e direcionados de forma coerente e tranquila. Aos poucos, com intervenções e sinalizações positivas e se sentindo mais seguras, possivelmente essas crianças irão definir o padrão de letra.

• Demonstre motivação, paciência e interesse pelo que a criança está escrevendo e lendo.Reserve um tempo e disponibilidade para acompanhar as tarefas de seu filho.

• Estabeleça horários e locais adequados para as tarefas de casa e para as atividades de “letramento”, este horário não pode concorrer com a programação de TV predileta da criança ou o videogame ou o irmão mais novo, pois isso não há motivação que resista, não podemos esquecer que a criança tem que encontrar prazer nesse momento e não apenas "cumprir tarefa".

• Se a criança demonstrar desinteresse pelo convite à escrita e leitura, não desista. Busque momentos propicio dentro do contexto cotidiano da criança, de forma natural e que resulte no exercício da leitura e a escrita.

• Visite bibliotecas e livrarias com a criança e exercite com ela a escolha de títulos. Busque conhecer as preferências literárias para melhor envolve-la neste momento.

• Comente sobre as suas experiências de leitura nesta fase faça indicação, mas lembre não imponha o livro que você acredita ser necessário, pois o tiro pode sair pela culatra.

• Não deixe de fazer a leitura dos livros enviados pela escola e de outros títulos que você oportunizar a ele.

• Ao final da leitura de um livro ou texto, comente sua opinião sobre o que foi lido e pergunte o que ele achou, que parte mais gostou, se indicaria para outra pessoa, entre outros. Isso é fazer a criança perceber a “função social da leitura e da escrita”.

• A motivação é o que impulsiona o desejo de aprender,a criança deve ser elogiada a cada avanço e conquista, afinal, a apropriação da escrita e da leitura não é fácil assim.

• É comum que os pais tenham dúvidas sobre o processo. Se isso acontecer, busque a escola e a equipe pedagógica da instituição em que seu filho estuda.

• Divirta-se e se emocione com este momento pois é um momento mágico e que é tão ímpar que jamais serão esquecidos, e lembre - se a família é a responsável pelo desenvolvimento do hábito ou melhor do prazer a leitura, ninguém pode praticar aquilo que não foi aprendido, vivenciado. O EXEMPLO É TUDO.

SILVANA ABRAHÃO



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

VIVENDO VALORES NA EDUCAÇÃO

CAIXINHA DE VALORES
INTRODUÇÃO

Os valores são os nutrientes da alma humana. Um ser orientado pelos valores adquiridos é uma pessoa segura, com auto respeito e dignidade. Os valores trazem força possibilitam a remoção das fraquezas e defeitos. Eles abrem o coração e transformam a natureza humana, de forma que a vida é preenchida com compaixão e humildade, à medida que desenvolvemos valores dentro do eu compartilhamos a fragrância deles com o mundo ao nosso redor e desse modo avançamos em direção para um mundo melhor.

VIVENDO VALORES NA EDUCAÇÃO é um programa educativo internacional, hoje aplicado em 76 países. No Brasil é coordenada pela Organização Brahma Kumaris. Seu objetivo é oferecer recursos para o desenvolvimento integral da pessoa, reconhecendo sua dimensão física, intelectual e emocional.

Caixinha de valores

É um jogo de cartas que deve ser apresentado para as crianças de maneira especial, algo que irá mudar e melhorar as suas vidas, resgatando os valores transmitidos pela família e aperfeiçoá-lo através da prática de convivência. Antes da apresentação da caixa deve ser feito uma introdução sobre valores. A caixa não deve ser algo comum, personifica-la como um baú de tesouro é uma maneira de torna-la atrativa e significativa, já que as crianças gostam desses mistérios. É essencial a orientação para que as crianças tenham zelo com a caixa e se necessário colocar um nome na caixa, tudo isso vai legitimar esse aprendizado.
São várias as opções de trabalho com a caixinha uma delas é utiliza-la na resolução de conflitos, quando as crianças entre si se encontrarem em uma situação difícil, um valor pode ser tirado aleatoriamente, e apontado como dica da solução do problema. É importante explicar para as crianças que os valores são uma força que existe dentro de nós e que pode nos ajudar quando precisamos.
A caixinha pode ser utilizada em exercício diário, semanal, nas aulas de educação física, artes, atividade dentro da sala de aula, jogos em grupo, jogo da memória e outros.
A caixinha pode ser utilizada pela família, na refeição, ao acordar e antes de dormir e em momentos que possa envolver toda a família.
As caixinhas e as estratégias são apresentadas nas oficinas:
• Relacionamento Professor / Aluno
• Estratégias Diferenciadas de Aprendizagem

Silvana Abrahão

domingo, 1 de setembro de 2013

PROJETO SACOLA LITERÁRIA

APRESENTAÇÃO:
O projeto enfoca o ato de ler como ponto de partida para a construção do pensamento lógico, com isso possibilita a capacitação do aluno em construir suas relações diante do mundo.
Trata-se de um projeto de prática de leitura em que os alunos levarão para casa uma sacola contendo alguns livros de histórias infantis e vários gêneros (poesias, contos, lendas, crônicas, gibis, romance, jornais, revistas e bula de remédio) e um caderno de registro, e terão que registrar e recontar o que leram usando escrita, colagem, desenhos e tudo que a imaginação permitir. Em sala de aula cada aluno irá apresentar o seu reconto aos colegas. Depois cada aluno apresentará sua criação aos colegas.
JUSTIFICATIVA
Este projeto nasceu com a necessidade de incentivar o hábito da leitura nos educandos e o compartilhamento desta prática com a família, afim de multiplicar o número de cidadãos leitores. Partindo do ponto que o indivíduo aprende com o meio e que o aprendizado transforma o comportamento. Esta proposta vem oportunizar o aprendizado.
A prática da leitura tem que ser incentivada não só na escola mas no cotidiano da criança tem que estar inserida de forma natural, tem que ser oferecido materiais diversificados para possibilitar ao leitor a escolha do estilo que lhe agrada e também materiais que ele seja capaz de reconhecer que a leitura traz informações e através dela podemos solucionar problemas.
Essa concepção de formação de leitor é prazerosa e desenvolve crianças autônomas capazes de escolher o seu estilo e explorar as informações que o mundo letrado proporciona.
PÚBLICO ALVO:
Todos os alunos do Ensino Fundamental(1º ao 5º ano)
OBJETIVO
• Proporcionar situações de leitura compartilhada com a família dos educandos
• Aproximar os educandos do universo e dos portadores de escrita ( livros, revistas, etc) para que eles possam manusear , reparar na beleza das imagens, relacionar texto e ilustração, manifestar sentimentos, experiências ideias e opiniões, definindo preferências e construindo critérios próprios para selecionar o que vão ler.
• Fazer com que construam o hábito de ler, ouvir e sentir prazer nas situações que envolvam a leitura.
• Familiariza- los com histórias e ampliar seus repertórios, na participação em situação de conto e leitura de histórias.
METODOLOGIA BÁSICA:
Entre inúmeras formas de trabalhar com a sacola, sugiro que cada aluno leve para casa a sacola e fique por uma semana. O aluno deverá ler um ou mais livro e outros materiais da sacola e depois fazer um registro no caderno de leitura, que poderá ser através da escrita, de desenhos, montagem, colagem ou alguma outra forma criativa que ele preferir. Depois, na sala de aula, o aluno poderá apresentar para os colegas o livro que leu e o seu registro.
CRONOGRAMA:
Durante o ano letivo.
AVALIAÇÃO
Ocorrerá durante todo o processo, a partir da observação direta das atitudes do aluno leitor no seu cotidiano, e da avaliação de leitura e interpretação de texto do aluno, no seu dia a dia.

Este projeto é desenvolvido na oficina de leitura e escrita, é trabalhado todos os passos, desde a criação da sacola até a avaliação.

Silvana Abrahão

terça-feira, 6 de agosto de 2013

DIA DOS PAIS - Cinco dicas para ser um pai mais presente


O que os pais podem fazer para aumentar a sua participação na vida dos filhos? Entrevistamos três especialistas para responder a essa pergunta.

"Na brincadeira, o pai tem uma excelente oportunidade de conhecer seu filho", explica Cristiano Gomes, professor da Faculdade de Psicologia da UFMG

O Dia dos Pais está chegando e, com ele, uma boa oportunidade de repensar opapel do pai na vida e na Educação dos filhos. A verdade é que pai e mãe não precisam ser iguais. Cada um ocupa um lugar na diferente na vida da criança - e não há nada de errado nisso. Mas qual é o lugar que ele, pai, ocupa hoje na função de educar? Se ele não é muito presente, o que pode fazer para aumentar a sua participação na vida dos filhos?

O Educar para Crescer entrevistou três especialistas para falar sobre o assunto: a professora da Faculdade de Educação da UFMG Maria Inês Goulart; o professor da Faculdade de Psicologia, também da UFMG, Cristiano Gomes, e o mestre em Educação pela PUC-Minas Joaquim Ramos.

Para eles, o papel do pai não cabe mais dentro de ideias rígidas, como aquela de que é o provedor da casa e se movimenta no mundo do trabalho enquanto a mãe cuida do ambiente da casa e da Educação dos filhos. Segundo Maria Inês Goulart, "o homem hoje não pode pensar em como pode contribuir na educação dos filhos porque esse é o seu papel principal como pai", e não majoritariamente uma função materna. Cristiano Gomes concorda com ela quando diz que "é preciso repensar os papéis". Segundo ele, os homens não aceitam mais ser encaixados nesse lugar estereotipado da função da figura masculina na família "porque viram o quanto estavam perdendo no contato com os filhos e no prazer da paternidade". Para Joaquim Ramos, isso acontece também porque "a Educação é uma tarefa que precisa ser socializada. Todo mundo se educa numa família, e inclusive as crianças educam seus pais", reitera.

Maria Inês destaca ainda que o pai não precisa imitar a mãe. "O pai é diferente da mãe e não precisa educar o filho do mesmo jeito da mãe, mas sim do jeito dele. As brincadeiras são diferentes, as formas de educar são diferentes, a linguagem é diferente. A criança nasce de dois seres humanos que não são iguais, então, nasce da diferença - é a diferença que cria a vida. E é com ela que a criança tem que estar em contato o tempo inteiro."

Leia a seguir cinco dicas para pais que querem assumir plenamente seu papel na vida e na Educação dos filhos.

1. "Faça o que eu digo - e também o que eu faço"
É aquela velha - mas não antiquada - ideia de que uma pessoa aprende e é educada através do exemplo. Como resume Joaquim Ramos, mestre em Educação pela PUC-Minas: "Uma criança aprende coisas boas e úteis tanto quanto ruins e destrutivas dependendo do exemplo que presencia e do ambiente em que vive".

2. Reserve tempo para brincar
A brincadeira é essencial na formação da criança, dentro e fora da escola, pois está diretamente associada ao crescimento e ao desenvolvimento infantil. "Na brincadeira, o pai tem uma excelente oportunidade de conhecer seu filho. Saber se ele é mais impulsivo, mais paciente, mais reflexivo, como ele reage ao perder e ganhar, como ele pensa diante de um desafio", explica Cristiano Gomes, professor da Faculdade de Psicologia da UFMG.

3. Seja presente e disponível
"Não é tanto o que você faz, não é a ação em si o mais importante, mas sim o dizer estou aqui para você. É preciso escutar a criança, considerar o que ela diz. Acontece muito de os pais fazerem demais, mas, quando o filho realmente precisa, eles estão sempre ocupados, nunca podem atendê-lo", diz a professora da Faculdade de Educação da UFMG Maria Inês Goulart. Isto se torna mais natural quando os pais veem a criança como alguém potente, pleno, e não como alguém que ainda vai ser algo, um ser incompleto. "É preciso entender que as crianças estão sempre na tentativa de dar um sentido e significado para suas vidas."

4. Dê espaço ao diálogo e à diferença
Dialogar é importante não apenas na relação entre pais e filhos, mas também entre o casal. Em casa, é bom que o pai tenha a mesma autoridade que a mãe. "A imposição de regras não deve ser exclusivamente responsabilidade do pai. Isso é um resquício de uma cultura patriarcal que coloca a mulher como submissa e inferior ao homem", diz Cristiano Gomes, professor da Faculdade de Psicologia da UFMG. Joaquim Ramos concorda com ele quando diz que "se o pai dá uma ordem e a mãe dá outra, a criança fica entre os dois sem saber a quem obedecer. Deve haver espaço para a interlocução e para a diferença na esfera familiar - senão não se educa, se confunde".

5. Demonstre carinho por seu filho
É função tanto do pai quanto da mãe dar espaço ao contato corporal, ao carinho, ao abraço, ao beijo, ao toque, demonstrar o afeto e o amor, dizer que está disponível e criar um ambiente gostoso em casa. "A forma com que os pais fazem isso pode ser diferente, mas precisa ser valorizada", diz a professora da Faculdade de Educação da UFMG Maria Inês Goulart. Cristiano Gomes acrescenta: "A diferença do toque é legal, a ausência dele é que é ruim. Assim, o filho pode ter a experiência de dois tipos de toque ao invés de apenas um. Estabelecer contato físico é papel do pai e da mãe"


Texto Meghie Rodrigues
Educar

terça-feira, 23 de julho de 2013

Era Android


Durante uma oficina de brinquedos no SESC Santana, observei o quanto as crianças estão diferentes.
A proposta era fazer um pião de jornal, algo simples mas que requeria muita paciência e observei já no início que eles não tinham muita intimidade com o papel, inclusive o jornal.
O primeiro passo era enrolar o jornal de maneira que ficasse um tubo mas para dar certo teria que seguir a mesma medida o tempo todo, aí é que foi o desfio, as crianças que variavam a idade de 05 aos 9 anos, tiveram muita dificuldade e perderam a paciência varias vezes, mas foram até o final.
Enrolaram, colaram as extremidades, enrolaram no palito e passaram cola, a criançada participou, mas percebi a ansiedade delas terminarem rápido e brincar .

Diante de tudo isso, refleti o tanto que essas crianças estão crescendo numa era onde tudo é pronto, onde as brincadeiras mais simples se tornaram em brinquedos industrializados que a criança basta apertar o botão e começa a brincadeira, O simples ato de fazer bolhinhas de sabão com água, detergente e canudinho, já existe brinquedo que você liga e o “elefantinho” solta as bolhas. E as brincadeiras de pular corda ? Foram substituídas por bolsinhas de maquiagem e esmaltes, bem mais isso já é outra história.
As crianças não se motivam em construir os brinquedos, tudo ficou tão digital... que usar dobradura, réguas e outros materiais para construção tornou –se algo enfadonho, sem jeito, hoje a maioria das crianças apresentam dificuldade para manipular esses materiais , pois encontram tudo pronto e a satisfação dos seus desejos é imediata, isto faz com que ela rapidamente procure outra brincadeira para obter mais satisfação. Esta busca constante de satisfação prazer leva a criança a não ter paciência e gera a ansiedade pela busca do novo a todo momento.
E assim é possível explicar a “febre” dos vídeos games e dos jogos na internet , eles são rápidos tem o ganhar imediato e a troca de desafio a todo momento.
Mas não podemos perder de vista que, a humanidade já passou por estas transformações onde tudo era artesanal e de repente veio a indústrialização e foi preciso aprender a manipular a máquina e se especializar, houve resistência sim, mas a industrialização está na nossa vida e é imprescindível para a nossa sobrevivência, veio a era da tecnologia o mito que o computador ia pegar o lugar do homem e outra vez a resistência e hoje não vivemos sem ela . Mas isso reduziu a capacidade de criar, de fazer, do brincar, experimentar o mundo sem ser pela internet. Tudo está muito pronto, pouco precisamos pensar, encontramos tudo no Google, esperar nem pensar...
As crianças estão na Era Android

Silvana Abrahão

domingo, 21 de julho de 2013

Homeschooling, bem ou mal????

Fora da escola, dentro de casa
Autor(es): Leonardo Vieira - O Globo - 08/07/2013
Polêmico projeto de lei a favor do ensino domiciliar tem oposição do MEC; grupo de pais defende prática

Doce lar. Escritora de livros infantis, Flávia Beck defende o ensino domiciliar dos filhos Rafael, de 6 anos, e Gabriela, de 10: "Achamos que as escolas aqui são fracas", diz ela.

Desafio. Portador de necessidades especiais, Arthur, de 8 anos, aprende a contar com sua mãe, Consuelo Martin
A rotina de estudos começa cedo para os irmãos Rafael, de 6 anos, e Gabriela, de 10. A dupla mal acorda e já está em aula, às 8h, aprendendo lições de disciplinas como Português, História e Geografia. Na parte da tarde, Gabriela se concentra em aulas de música, enquanto o caçula prefere praticar seu traço com desenhos. A rotina descrita poderia se passar numa escola, mas acontece no apartamento em Jacarepaguá onde moram as crianças, que estão sendo educadas pelos pais, Flávia e Tom Beck. Rafael e Gabriela não estão matriculadas num colégio.
- Achamos que essa forma de ensino é mais eficaz que uma escola, e trabalhamos a autoestima deles. Que colégios oferecem um psicólogo apenas para isso? - argumenta o pai, Tom, filósofo e professor de português e inglês.
Eles não estão sozinhos, mas são uma minoria. De acordo com a Associação Nacional de Ensino Domiciliar (Aned), há 800 famílias no país declaradamente adeptas de uma forma de ensino não regulamentada no Brasil. Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), é dever dos pais ou responsáveis matricular na escola os filhos com idades entre 4 e 17 anos. Em alguns países, porém, a prática é reconhecida. Nos EUA, por exemplo, estima-se em 2 milhões o número de famílias adeptas do homeschooling .

Em 12 de junho último, entusiastas da educação caseira foram a uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde tramita o Projeto de Lei 3179/12, que propõe a inclusão da educação familiar na LDB. Mas a ideia está distante de atrair um consenso.
Enquanto especialistas em educação se dividem sobre o tema, o próprio Ministério da Educação se posiciona contra. "A proposta de ensino domiciliar não apresenta amparo legal, ferindo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a LDB e a própria Constituição Federal. O entendimento do parecer é de que a família não deve privar seus filhos do convívio escolar, sendo que cabe obrigatoriamente ao Estado o dever de assegurar a educação escolar das crianças e adolescentes", alegou o MEC em nota ao GLOBO.

- Quem pratica o homeschoolling afirma que uma das razões para educar os filhos em casa é a baixa qualidade do ensino no Brasil. Mas se a qualidade é baixa, devemos melhorar a escola, e não abandoná-la. Além disso, a criança não cria espírito coletivo. Desenvolve-se um individualismo exacerbado - critica o professor Carlos Alberto Cury, da Faculdade de Educação da PUC-MG.

Pelo texto do projeto de lei, só seria possível regulamentar a prática se observadas "articulação, supervisão e avaliação periódica da aprendizagem pelos órgãos próprios desses sistemas, nos termos das diretrizes gerais estabelecidas pela União e das respectivas normas locais".
Para aulas do ensino básico, a família Beck diz que segue o modelo curricular do MEC e compra material escolar recomendado no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD). Como se ambos cursassem o ensino fundamental, Rafael lê obras referentes à 1º série, enquanto que Gabriela estuda em material pedagógico do 5º ano.
Flávia sabe que vai precisar de auxílio quando os filhos chegarem ao currículo do ensino médio. Professores particulares são uma opção, mas o casal espera contar também com o intercâmbio existente entre pais adeptos da mesma prática. Se numa casa, a mãe é formada em Ciências Humanas e pode dar aulas de História, por exemplo, e, em outro, o pai tem diploma na área de Ciências Exatas, essas duas famílias ensinam conjuntamente seus filhos.
- Queremos que eles façam faculdade, que tenham uma carreira. Apenas achamos que as escolas aqui são fracas - comenta Flávia, que é escritora de livros infantis. - Quando chegar a hora, vamos orientar nossos filhos a se inscrever no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Assim, eles poderão obter o certificado de conclusão do Ensino Médio.
O artigo 246 do Código Penal define como abandono intelectual "deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar". Mas, de acordo com o advogado Alexandre Magno, diretor jurídico da Aned, quem educa seus filhos em casa não está, "de maneira alguma", cometendo uma infração.
- O que está na lei é deixar de instruir o filho na idade obrigatória, mas não cita a escola. Não há risco de ser punido criminalmente. O Código Penal não se refere à escola, mas, sim, à instrução - interpreta Magno.
EM MINAS, CASAL FOI CONDENADO A PAGAR MULTA
Não foi este, porém, o entendimento da Vara de Infância de Juventude do município mineiro de Timóteo. Em 2010, após denúncia do Conselho Tutelar local, o órgão condenou Cléber e Bernadeth Nunes a pagar uma multa hoje estimada em R$ 9 mil. Esta foi a primeira condenação desse tipo no país, segundo a Aned.
Habituados desde pequenos a estudar, principalmente, o conteúdo pelo qual nutriam interesse, os irmãos Jônatas e David Nunes, hoje com 19 e 20 anos respectivamente, foram, na época, obrigados a prestar uma bateria de oito exames teóricos. O objetivo era comprovar, ou não, o abandono intelectual. Mas a dupla, que havia saído da escola ainda no ensino fundamental, foi aprovada em todos os testes.
- No final, provamos que abandono intelectual é diferente de abandono escolar. Ficamos felizes - resume o pai, Cléber Nunes.
Numa sala de aula improvisada em casa, na Ilha do Governador, Arthur de Freitas Machado Martin, de 8 anos, aprende a contar até dez. Ele é portador de necessidades especiais. Segundo a mãe, a advogada Consuelo Martin, não houve diagnóstico preciso sobre sua condição. O menino, que ainda não fala, está matriculado numa escola particular. A LDB não faz qualquer distinção sobre crianças com necessidades especiais ao deixar claro que todas devem estar na escola. Mas a advogada prefere educar o filho em casa, com direito a apoio de terapeuta a psicopedagogo, e pretende montar uma "escola informal" em casa.
- Em nenhuma escola o meu filho vai receber a atenção que tem em casa - diz Consuelo.
Pais acham ambiente escolar pobre e nocivo.

Na pesquisa "Escola? Não, obrigado: um retrato da homeschooling no Brasil", o sociólogo da UnB André de Holanda ouviu 62 pais que educam seus filhos em casa, residentes em 12 estados, de todas as regiões brasileiras. Como parte do trabalho, que compõe sua dissertação de mestrado na UFMG, Holanda entrevistou oito pais e mães para entender os motivos da adoção da educação domiciliar.
Segundo ele, as motivações religiosas e/ou morais foram manifestadas por todos entrevistados. O pesquisador destaca também que a maioria dos pais (76%) considera o ambiente de socialização escolar nocivo: todos citaram experiências negativas sofridas nas escolas da parte dos filhos ou deles mesmos.
Também aparecem as motivações pedagógicas e as alegações de que o ensino regular ou o ambiente de aprendizado convencional é pobre (53%). Holanda acrescenta que mais da metade dos pais-educadores adota algum modelo de aprendizagem na educação domiciliar, tipicamente com currículos e horários de estudo pré-estabelecidos por eles.
De acordo com a pesquisa, três em cada dez pais consideram "eclética" a abordagem pedagógica que aplicam aos filhos, o que sugere a ocorrência de experimentações e combinações de métodos e filosofias educacionais diversas. Os filhos educados em casa têm 8 anos, em média, e começaram a ser educados nessa modalidade com 6.
- As crianças de famílias que adotam a educação domiciliar desenvolvem criatividade e independência. Eles adquirem mais habilidade empreendedora - observa Holanda.
Já para o pedagogo Ruda Ricci, presidente do Instituto Cultivar, o que está por trás do debate é o dilema entre o direito individual versus o autoritarismo do Estado. Nessa dicotomia, Ricci prefere se posicionar defendendo o dever estatal de prover educação formal, pois a escola estimularia a sociabilidade e a solidariedade.
- A ideia da educação familiar parte do princípio de que você terá sucesso individualmente, coisa que não aprenderia na escola. Mas eu não vou à escola só para aprender o que vai cair no vestibular, mas também para aprender a conviver com o diferente. A escola tem uma função de sociabilidade.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

GERAÇÃO Y: seja curioso, saiba ouvir, conheça a si mesmo – entrevista com Eline Kullock


Marcelo Miranda

O post de hoje é um bate papo com Eline Kullock, presidente do Grupo Foco e especialista em RH e geração Y. Muitos defendem que a geração Y tem características e comportamentos diferentes no mercado de trabalho diferentes de outras gerações, outros defendem que são como qualquer geração jovem que chegou ao mercado de trabalho. Estudiosa do tema, nas suas respostas Eline dá valiosas dicas e conselhos aos jovens sobre caminhos a seguir neste mercado de trabalho de tantas mudanças e incertezas.
Entrevista com Eline Kullock


Marcelo Miranda – Eline, você é especialista em geração Y. Quais as características principais desta geração?
Eline Kullock – Esta geração tem um modelo mental diferente de outras gerações. Se verificarmos em termos de história, nossa geração Y ( falo de Brasil) encontrou um Brasil democrático, BRIC, com uma inflação pequena ( dizem…) com pleno emprego. Foi educado por uma geração que estava cansada do momento autocrático, que saiu as ruas pelo fim da ditadura, que presava o conceito de “paz e amor”. Cresceu num momento em que o tamanho das famílias diminuiu e cada família pode dar mais atenção aos seus filhos. Viveu num momento onde os educadores e sociólogos diziam para que seus pais e a escola não “castrasse o potencial criativo dos seus filhos e alunos. Puderam questionar seus pais, argumentar, discordar. Em função da tecnologia exponencial desenvolvida enquanto cresceram, passaram a ensinar os pais a lidar com os novos “gadgets” do mercado e por isso mesmo se sentiram mais “pares” dos seus pais, e menos “filhos”. Com tudo isso, é uma geração que aprende com seus pares, que aprende na base da tentativa e erro, que toma decisões mais rapidamente ( porque está acostumado a tomar decisões nos jogos eletrônicos), que funcionam melhor em grupo. Ao mesmo tempo não tem resistência a frustração, não lidam bem com autoridade, está acostumada a funcionar num modelo que, quando as cosas não funcionam, é possível adotar o modelo “delete and restart”.

Marcelo Miranda – Na sua opinião como o jovem com essas características pode se sobressair na carreira? Quais os comportamentos que você avalia que podem ser favoráveis?
Eline Kullock – Esse jovem é corajoso e curioso. Questiona as ordens, não aceita facilmente as opiniões dos outros. Aprendeu em casa que questionar é possível. Da mesma forma, vai questionar mais as ordens e instruções. Embora isso seja cansativo pra sua chefia pode, a médio prazo, ser uma atitude melhor pra empresa, que se renova com os questionamentos. O jovem da geração Y toma decisões de forma mais rápida que outras gerações, também influenciado pelos jogos eletrônicos e pela velocidade da tecnologia, de forma geral. Isto é pré requisito fundamental nesses novos tempos, onde temos mais variáveis na equação das organizações e onde lançar mais rapidamente um produto ou serviço pode ser determinante. Se ele questionar sem destruir ( às vezes este jovem não sabe bem como colocar suas insatisfações ou questionamentos e pode ser agressivo), se ele souber entrar com argumentos consistentes, se souber a hora certa de fazer os questionamentos, ele pode agregar muito para as organizações. Ele certamente vai trabalhar bem em times, porque sempre agiu assim e conviveu em times quer virtualmente quer presencialmente. Vemos, nesses movimentos de questionamentos da população, a vontade de trabalhar e fazer as reivindicações sem um líder claro. Todos são iguais. Não se aceitam partidos ou pessoas que queiram assumir a liderança do povo. O poder é compartilhado, Certamente ele será mais democrático nas organizações.

Marcelo Miranda – Como o jovem deve fazer para saber se relacionar com as outras gerações? Como transitar bem? Como reportar para outras gerações?
Eline Kullock – A primeira coisa para saber se relacionar bem com outra geração é reconhecer que há modelos mentais diferentes. Compreender que o outro é diferente, pela forma como foi educado, pela comunidade onde cresceu, pela sociedade que mudou. Quando eu me sentei pela primeira vez com meu filho para jogar “Wii”, peguei os controles e perguntei: Como eu faço pra jogar agora? E ele não compreendeu a pergunta. Para ele era claro que eu ia começar a jogar até entender como funcionavam os comandos e a lógica do jogo. Eu vim de um mundo onde tudo era explicado por um manual. Somos diferentes em vários aspectos e somos complementares em vários momentos. Aprender a respeitar estas diferenças é fundamental. Compreender que cada geração pode agregar valor ao objetivo da empresa é vital para a organização. E não ficar dizendo que uma geração é melhor do que a outra, porque isto não existe. Todas as gerações são boas e construtivas, cada época teve os seus pontos positivos. Tentar esclarecer opiniões divergentes quando o modelo mental difere é importante. Se eu penso de uma forma diferente do meu chefe, posso dizer isso a ele e questionar se esta diferença se dá porque são gerações distintas olhando pro mesmo problema. Sempre sabendo que a forma da geração Y questionar é mais direta ( o que pode ser agressivo na percepção dos chefes) e que a agressividade pode criar uma resistência a resolver o problema.

Marcelo Miranda – Qual a melhor maneira para o jovem aprender a lidar melhor com as frustações que certamente encontrará na carreira?
Eline Kullock – Nós vivemos numa época onde a velocidade foi se tornando mais importante. Se você não responde um e-mail no mesmo dia, ou se não devolve uma ligação telefônica no mesmo dia, você não é rápido o suficiente. Ser rápido passou a significar capacidade de enfrentar o mundo. Criamos o internet banking, os drive-thru, queremos internet mais rápidas , não aguentamos nem esperar pelo elevador! Quando eu explico que na minha época, meu e-mail era a carta, que demorava 10 dias pra chegar ao seu destinatário e mas 10 dias para o encaminhamento da resposta, os jovens riem. Já existem casamentos drive thru e enterros drive thru. Vivemos num mundo acelerado que não se organiza tão rapidamente para lidar com a rapidez da vida. Nem a legislação, em a escola, nem as outras instituições são tão rápidas. Certamente os jovens vão se frustrar com o tempo de tomada de decisão das organizações. Quando o jovem está no seu barquinho a remo, na sua vida, ele vira o seu barco 180 graus na hora em que quer. Quando entra no grande navio que é a corporação, este navio não vira tão rapidamente quanto ele gostaria. A empresa leva um tempo para digerir e promover mudanças. Como a legislação, como a escola. É necessário uma grande dose de paciência ( palavra que o jovem, de maneira geral, tem muita dificuldade em assimilar). Encontre um coach com quem conversar, um tutor, enfim, vá falar sobre as suas frustrações. Mas não saia correndo de uma organização em busca de outra porque você se confrontará com a questão de ritmo em quase todas.
Marcelo Miranda – Qual a melhor maneira para o jovem aprender a lidar com tanta informação disponível?
Eline Kullock – Eu acho que é necessário uma capacidade de filtrar as informações relevantes e suficientes enorme, no mundo de hoje. Saiba pesquisar sempre, obter a informação necessária sempre, mas saiba onde há armadilhas, onde e quando a informação é confiável, e saiba quando parar de buscar informações porque a quantidade de notícias é enorme. As diferentes versões existirão sempre. Saiba ser analítico e não acreditar sempre nas versões recebidas. Saiba procurar uma opinião contra a que você acreditou, para ter mais convicção na hora de defender seus pontos de vista. A capacidade de analisar uma situação ou um problema será determinante na sua carreira. Saiba ser profundo nas suas análises e para ser capaz de fazer isto, frequentemente, é bom compreender os dois lados da moeda. Saiba fazer análise e síntese.

Marcelo Miranda – Quais os três conselhos para os jovens para se desenvolverem e crescerem profissionalmente?
Eline Kulock – Talvez, Marcelo, eu já tenha dito ao longo desta nossa conversa, os meus três conselhos básicos.
O primeiro é “seja curioso”. A curiosidade é o primeiro passo da criatividade, da inovação. Quem não questiona não cria nada novo. Então, pergunte sempre, pense em alternativas para um dado problema e não numa solução única. O mundo muda por pessoas que não se conformam com questões que eles acreditam que podem ser modificadas. Crianças são curiosas por natureza. Faça esta mágica permanecer em você.
O segunda conselho que eu daria é “saiba escutar”. Deixe que os outros falem e só então crie sua própria opinião. Escute feedbacks, pontos de vista, sem preconceitos. Ninguém é dono da verdade e você pode estar aplicando a decisão errônea para um determinado problema. Essa maturidade, essa capacidade de esperar para ter certeza de uma opinião, vai permitir que você faça uma análise mais profunda na hora da tomada de decisão. Não seja impulsivo. Saiba fundamentar sua decisão com uma vasta gama de motivos.
A terceira orientação é conheça seus pontos fortes e pontos a serem desenvolvidos. E para reconhecer pontos fracos é necessário muita maturidade. É preciso estar muito seguro de si, e as pessoas inseguras tem mais dificuldade em aceitar críticas. Peça sempre um feedback do seu comportamento. Pergunte aos seus chefes, aos seus pares e aos seus subordinados. Escute ( recomendação número 2!!). Peça exemplos de onde e quando se comportou desta ou daquela maneira. Não contra argumente quando confrontado com um ponto a ser desenvolvido. Peça mais exemplos e confirme as possibilidades com outros colegas. Em locais adequados a uma boa conversa íntima, com o tempo necessário para que o outro possa desenvolver sua tese. Lembre-se sempre que todos tem pontos a desenvolver. E pontos fortes, com certeza.

Marcelo Miranda – Qual sua opiniáo para como o gestor da geração X ou baby-boomer para lidar com equipes com jovens da geração Y da melhor maneira?
Eline Kullock – Para que o gestor possa lidar bem com todas as gerações é necessário primeiramente que ele entenda que as gerações pensam de forma diferente. Que cada geração terá suas demandas específicas. A Geração Y se ressente da baixa frequência de feedback, por exemplo. A Geração Y quer reuniões mais rápidas e processos menos engessados. Escute cada demanda e compreenda que nem todos pensam com sua cabeça, baseados no seu conjunto de crenças e vivências. Dê espaço para que coloquem seus pontos de vista. Nenhuma opinião ou pergunta é boba. Todas são válidas. Saiba se colocar no lugar dos outros. Ver a vida pelo olhos deles. Saiba criar espaços onde as pessoas podem reclamar, questionar, abrir debates. As pessoas precisam disso e vão confiar mais em você se você confiar mais nelas. Não deixe de colocar suas próprias opiniões. Você tem suas próprias opiniões, claro, e deve explicitá-las, mas ouvir outros pontos de vista só farão de você um gestor mais completo.

Perfil: Eline Kullock
Eline é presidente do Grupo Foco, consultoria que fundou há 19 anos e hoje conta com 250 funcionários e 8 filiais nos estados mais importantes do Brasil...
...Eline escreveu diversos artigos para jornais e revistas, discutindo as tendências das organizações e seus funcionários, sempre baseada em estudos e pesquisas.
Seu know-how também é fonte de referência em assuntos de RH para veículos da grande imprensa, como Gazeta Mercantil, Exame, TV Globo, Folha de São Paulo, entre outros veículos
Eline pesquisa há vários anos tendências do comportamento dos jovens e a influência dos videogames em sua atuação profissional, tendo sido fonte de referência para a imprensa nacional no assunto, especialmente quando se fala em “Geração Y“
Iniciou a carreira na diretoria da Mesbla Loja de Departamentos, atuando como Diretora de Recursos Humanos, Planejamento Estratégico e Organização. Também foi Diretora da Servenco, na holding que congrega empresas de construção, incorporação, administração de imóveis, Hotelaria e Administração de Shopping Centers.

sábado, 6 de julho de 2013

Os prós e os contras das lições de férias em julho

O que é melhor para os alunos nas férias de julho? Atividades para não interromper a aprendizagem ou o puro descanso?
O ideal é que as lições de férias não sejam chatas, extensas e cansativas

As férias de julho chegaram. É hora daquela parada preciosa para recarregar a bateria e recomeçar em agosto com energia total, certo? Nem sempre. Para algumas escolas, as férias de julho estão incluídas no andamento do ano letivo e, por isso, a aprendizagem não deve ser interrompida. Para essas escolas, uma parada total no mês de julho quebraria o ritmo de estudo e atrapalharia o rendimento dos alunos. Por isso, elas propõem alguns trabalhos, pesquisas e deveres. Mas a pergunta que fica é: dá para conciliar as atividades e o descanso? Essas e outras questões são respondidas nos itens abaixo.

1. Por que existem as férias de julho?
As férias de julho surgiram como uma questão trabalhista. É neste mês que os professores tiram os 30 dias de descanso a que todos os profissionais brasileiros têm direito, garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Inicialmente, esse recesso acontecia em junho, mas desde a primeira versão da LDB, de 1961, o período foi transferido para o mês seguinte. Em janeiro, os alunos também têm férias, mas os professores passam (ou deveriam passar) o mês fazendo o planejamento do ano letivo que vai começar. "O profissional não pode fazer o planejamento das aulas, organizar seu trabalho e fazer cursos ao mesmo tempo em que dá aulas", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da faculdade de Educação da PUC-SP.

2. Há um objetivo pedagógico no descanso/parada?
"Em razão de uma agenda cada vez mais cheia, os alunos estão cada vez mais estressados. Esse distanciamento da escola é muito importante para ajudar aos alunos a refletir melhor", diz Renata Americano, coordenadora geral do Ensino Fundamental da Escola Viva. A parada no meio do ano, portanto, serve pra aliviar a cabeça do aluno e contribui para o aprendizado.

. Qual a finalidade das lições nessa época?
Para algumas escolas, as tarefas nesse período têm a finalidade de aquecer os estudantes para o retorno às aulas. Dessa maneira, eles voltam mais ligados no assunto e não perdem o fio da meada. As lições de férias na Escola Castanheiras, na cidade de São Paulo, por exemplo, servem pra que os alunos não se desconectem do conteúdo visto em junho. Como o planejamento da escola é trimestral, o segundo trimestre, que vai de maio a agosto, é interrompido. "Assim o aluno não se esquece daquilo que ele está estudando nesse hiato de 30 dias", diz Debora Vaz, diretora pedagógica da escola. A Escola Viva, também de São Paulo, tem uma visão diferente. Ali, o importante mesmo é o descanso e a parada em julho não compromete o aprendizado dos alunos. "Eles não perdem o fio da meada, principalmente se o assunto for do interesse deles. Quando eles voltam, passam por um período de retomada dos
assuntos que não é grande", diz a coordenadora Renata Americano.

. E as vivências? Não são importantes para o aprendizado?
Sim, as vivências também são importantes. Muitas escolas, aliás, vêem as férias como o momento de fazer novas descobertas. Um aprendizado de vivências, de coisas que não se aprendem em salas de aula. "Muitas pessoas se preocupam apenas com o conteúdo formal e esquecem o aprendizado do fazer, do brincar. Os alunos estão precisando dessa vivência, da experiência de brincar na praia, de observar a natureza, de ficar com primos e outras crianças. As férias servem para isso e pro descanso", diz Renata Americano, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I da Escola Viva, de São Paulo. Ali o trabalho pedido aos alunos, geralmente, é trazer algum objeto que remeta às férias e esteja relacionado ao conteúdo. "Não chamamos de lições ou tarefas"

5. Há lição de férias em janeiro?
Em janeiro nunca ocorrem, já que é feita a troca de ano letivo. E o conteúdo muda completamente. Além de os professores mudarem, é claro. "Não faz muito sentido passar lições em janeiro, já que não tem conteúdo novo", diz Renata Americano, coordenadora geral do Ensino Fundamental I da Escola Viva

6. Como deve ser uma lição de férias?
O ideal é que essas tarefas não sejam chatas, extensas e cansativas. Podem, inclusive, ser bastante divertidas e não atrapalhar o descanso da garotada. Marcos Akiau, professor de ciências e laboratório da Escola Morumbi e do Colégio Rio Branco, em São Paulo, procura elaborar tarefas que despertem o interesse de seus alunos. "Não é sempre que passo atividades de férias para meus alunos. Quando decido fazê-lo, procuro desenvolver algum projeto que preencha alguns quesitos: a) Ser interessante ao aluno b) Dar aos alunos algum tipo de "prazer em fazer" c) Ser diferenciado das lições convencionais d) Estar ligado aos conteúdos programáticos e) Ter utilidade futura" Com isso o professor Marcão, como é chamado, garante que seus alunos se empolgam com os trabalhos de férias. "Assim como eu", completa.

7. Como não deve ser uma lição de férias?
As lições de férias não devem sobrecarregar o aluno e atrapalhar seu descanso. A Escola Castanheiras, por exemplo, que sempre passa tarefas nas férias de julho, procura dosar a quantidade de exercícios. "Os trabalhos devem tomar apenas um dia das férias. Ou, se o aluno preferir, pode se dedicar à uma hora e meia por dia durante uma semana. É muito importante que as férias sejam de lazer e ócio. Esse resgate só precisa ser feito no finalzinho.", explica Debora Vaz, diretora pedagógica da escola.

8. Se a escola mandou muita lição o que eu posso fazer?
Se você acha que seu filho está sendo sobrecarregado com lições de férias, converse com o professor. A sua queixa pode ser a mesma de outros pais. No entanto, nem sempre a escola pode atender às vontades de todos. Muitas delas têm um método de trabalho estabelecido e dificilmente vão mudar. O mais importante é ficar atento a essas questões na hora de escolher a escola de seu filho.

9. As atividades de férias devem contar pontos na nota?
Depende do projeto pedagógico da escola. Na Escola Castanheiras, por exemplo, a nota do aluno é dividida entre avaliações complementares (60%) e avaliações tradicionais (40%). "Nas avaliações complementares temos maior 'liberdade poética'; as tradicionais são as provas convencionais, que aqui são trimestrais", explica a diretora pedagógica Debora Vaz. Os trabalhos de férias da Escola Castanheiras somam pontos nas avaliações Complementares.

Sugestão de atividade: Leitura?
Um dos trabalhos de férias mais comum nas escolas é a leitura de livros. E não por acaso. A leitura pode ser mais facilmente associada à diversão. "No fundamental II sempre passamos uma lista de livros. Entendemos que literatura é uma atividade prazerosa", diz Renata Americano, da Escola Viva, de São Paulo
Sugestão de atividade: Registro de Férias
Os alunos devem coletar objetos que lembrem atividades feitas nas férias. "Se a família foi ao cinema poderá trazer o ticket, se foi ao parque poderá trazer uma pedrinha ou uma folha, se foi a um aniversário poderá trazer o convite etc", explica Tica, coordenadora pedagógica da Escola de Educação Infantil Bola de Neve. Em agosto, na primeira semana de aula, é feita a apresentação do diário. "Todos estiveram interessados na fala dos amigos, sempre perguntando sobre o que mais lhe interessava. Conseguiram até identificar passeios semelhantes e assim, fizemos uma atividade matemática com uma tabela que representava os lugares mais visitados: cinema, fazendas, praias etc", diz Ana Alessandra Rea, professora do Grupo 5, de alunos de 5 anos, da Escola Bola de Neve

Texto Camilo Gomide

domingo, 2 de junho de 2013

Como ter sucesso profissional com as leis de Newton



Sair da caixa e ir além da própria área de atuação é o que diferencia um grande talento hoje em dia. Saber analisar as movimentações de inovações e tirar proveito disso é muito importante para todo profissional.
Um exemplo de visão foi Isaac Newton, físico e matemático inglês, mas também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo – talvez seja mais conhecido pela história da maçã que ao cair de uma árvore sobre sua cabeça serviu de insightpara a lei da gravitação universal.
“O que alguns podem não saber é que Newton foi revolucionário em vários sentidos porque ousou ir além dos padrões de conhecimento da época, pois dedicou muitos dos esforços aos estudos da alquimia, o que era proibido naqueles tempos”, explica Maristela Guimarães André, consultora do Instituto KVT – Desenvolvimento da Consciência Empresarial.
Sem dúvida, a ousadia de Newton, inclusive com ligações com a sociedade secreta rosa-cruz, fraternidade que ficou publicamente conhecida no século XVII através de três manifestos e insere-se na tradição esotérica ocidental, nos mostra o profundo caráter investigativo e criativo de seus trabalhos, e é fato que suas três leis sobre o movimento, princípio da inércia, a lei da força e o princípio da ação e reação, mudaram a ciência, mas também conseguiram o efeito notável de se popularizarem influenciando a sabedoria popular, nos ensinando princípios de comportamentos muito úteis.
Movimente-se!
A sua primeira lei diz: “Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele.” Ou seja, quem nunca ouviu algo parecido com: “quem fica parado é poste?”.
Da mesma maneira, se você quer que algo aconteça na sua vida, seja para impulsionar sua carreira, para alcançar suas metas e objetivos, para, como se diz, “dar um up” em tudo que faz, sabe que precisa fazer o seu movimento, direcionar sua força para o foco almejado e assim sair da inércia e imprimir sua capacidade e seu talento naquilo que faz. O que só irá confirmar a segunda lei que diz: “A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é impressa”.
Ainda segundo a consultora, em outras palavras, o retorno de seus esforços virá na medida do seu empenho, dedicação e comprometimento com o objetivo a serem alcançados, tanto pessoais quanto profissionais, porque as leis de Newton são universais, isto é, se aplicam às particularidades e ao todo da natureza, inclusive, a natureza humana.
O que nos leva, à terceira lei que diz: “A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas”.
“Ou seja, tudo aquilo que nasce com sinceridade de propósitos, com objetivos claros e verdadeiros, não só atrai oportunidades e pessoas compatíveis, como também enriquece o campo das relações e dos aprendizados, porque cada pessoa é única, e para cada uma, há aquelas que são afins e aquelas com quem temos que aprender a conviver”, conclui Maristela.

Autor: Samara Teixeira
Fonte: Como ter sucesso profissional com as leis de Newton | Portal Carreira & Sucesso

Os 9 perfis de difícil convivência no trabalho



O chefe mandão, a fofoqueira, o “fura-olho” e o invejoso. Estes são alguns estereótipos de profissionais que estão presentes em muitas empresas, e que nenhum de nós gostaria de conviver. Mas a verdade é que eles existem (e muito!), fazendo com que o relacionamento interpessoal seja mais um desafio em nossas carreiras.
Empresas quem têm uma comunicação transparente tendem a sustentar poucos indivíduos com comportamentos negativos. Normalmente, organizações que possuem missão, visão e valores bem definidos acabam eliminando as pessoas de difícil convivência. “É importante mencionar que estamos falando de caráter profissional. O lado pessoal pode ser totalmente diferente do que é expresso no dia a dia de trabalho”, enfatiza Maurício Seriacopi, consultor empresarial e coach. Para ele, as pessoas podem se transformar negativamente no ambiente de trabalho, seja por questão de autoridade, descontentamento ou cobiça.
Atualmente os recrutadores conseguem identificar através das dinâmicas e entrevistas por competências se o candidato tem alguma característica que possa atrapalhar o ambiente da empresa. Para Mariella Gallo, especialista em coaching, tudo isso depende da solicitação da empresa, pois esta pode exigir profissionais mais ambiciosos ou autoritários, e que podem passar por cima de determinadas situações, por exemplo.
Confira, abaixo, os 9 perfis de difícil convivência no trabalho:

O chefe holofote
Se dá tudo certo: “Eu que fiz”. Se errado: “Eles fizeram”. Não compartilha os bons resultados com a equipe, tampouco é capaz de fazer elogios. Toda ação que pode lhe render visibilidade tem seu apoio, independente se será benéfico para a equipe ou até para a organização.
Como lidar: Tente aproximar-se mais (sem se tornar um puxa-saco) e demonstre, aos poucos, que uma equipe competente é o reflexo de quem a comanda. Assim, ele será ainda mais valorizado por formar profissionais competentes.

O chefe partidário
Vive dizendo que não tem nenhum privilegiado, mas na prática, além de ter seus favoritos, faz de tudo para protegê-los e promovê-los. E mais, sempre que possível, emprega amigos e conhecidos.
Como lidar: Nem sempre mostrar-se solícito e “amiguinho” irá trazer segurança e melhor tratamento. Não abra mão de seus princípios e convicções. Procure uma nova colocação no mercado.

O chefe barriga
Finge ser descentralizador, mas na verdade empurra com a barriga e “delega” para que outros façam. Dois grandes motivos para essa atitude, ocorre por puro desinteresse e por falta de competência.
Como lidar: O melhor nesta situação é tirar proveito e absorver o máximo de conhecimento e aprendizado que lhe servirão para uma promoção interna ou enriquecimento de seu currículo em novas oportunidades.

O ladrão de ideias
É aquele que se aproxima, geralmente enaltecendo suas qualidades para gerar estímulos na criatividade e assim, se apodera das ideias.
Como lidar: Analise se os elogios são coerentes e cabíveis. Ao elaborar uma ideia, não a passe por completo e, se possível, diga que pensará e o procurará quando encontrar uma sugestão.

O telhado de vidro
Sempre tem solução para todo e qualquer problema. Faz uso da máxima “se eu fosse fulano…”, mas quando tem a autonomia, encontra justificativa para não fazer nada e a frase passa a ser “veja bem, não é tão simples assim…”.
Como lidar: Procure não dar concordância às suas ideias. Se pedir sua opinião, apenas diga algo como: “Não tinha visto por esse ângulo, vou analisar melhor…”.

O bipolar arrependido
Chega pela manhã totalmente simpático e solícito. De repente, volta do almoço como se tivesse comido um pote de pimenta com suco de limão sem açúcar. Torna-se mal humorado, agressivo e intolerante. Quando termina a crise, passa a tratar as pessoas como se nada tivesse acontecido ou que foi um pico de estresse e que não mais se repetirá.
Como lidar: Não bata de frente nos momentos críticos. Quando restabelecida a “normalidade” tente demonstrar, com muita sutileza, como foi constrangedor e desagradável passar por aquela situação. Utilize-se de metáforas e parábolas.

O psicopata corporativo
Esse é o mais ardiloso de todos. Quando em grupo, age com muita simpatia e sorriso. Pessoas que não convivem no dia a dia, ficam quase hipnotizadas e encantadas. No entanto, quando está só, tornar-se irreconhecível, com atitudes de crueldade e exploração, principalmente se for líder. Enquanto atende ao telefone chama a pessoa de “querida” e ao desligar, cospe cobras e lagartos.
Como lidar: Evite ao máximo ficar a sós. No entanto, se inevitável, documente todas suas solicitações e acordos. Seja hábil em reuniões e levante questionamentos que gerem subsídios para desmascará-lo.

O (hiena) Hardy
“Oh vida, oh céus, oh azar…” Pessimista, vive reclamando de tudo e todos. Considera-se o maior perseguido e injustiçado do mundo. Se o dia de hoje está ruim, amanhã será pior.
Como lidar: Pouco há para se fazer. Demanda de um esforço coletivo em contagiá-lo com pensamentos e atitudes positivas. Porém, se não houver mudança no comportamento, o melhor é distanciar-se.

O (síndrome de) Gabriela
“Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim…” Julga-se a pessoa mais sincera e transparente. Fala o que pensa sem medir as palavras e consequências. Quando alguém tenta aconselhar-lhe para tentar mudar, responde: “Quem quiser gostar de mim, que seja desse jeito”.
Como lidar: Mesmas maneiras com o “Hardy”. Acrescenta-se uma dose extra de paciência e, quando possível, procurar pedir para que não seja impulsivo e que experimente ver as coisas por outro prisma exercitando a empatia.

Autor: Caio Lauer

Como criar estratégias eficientes para motivar funcionários


As ferramentas mais eficientes para motivação estão associadas às principais aspirações dos funcionários em cada fase da vida
Se você já sentiu, em algum momento, que aquelas grandes camapanhas para trabalhar motivação da equipe não funcionam muito bem com o seu time, não estranhe. Talvez não seja somente na sua empresa que essas práticas de gestão de pessoas não trazem resultados tão significativos. Essa tem sido a principal conclusão de grupos recentes que tem unido o estudo da neurociência ao ambiente corporativo.
Na percepção da neurocientista e professora da Faculdade Santa Casa de São Paulo, Carla Tieppo, isso pode ser feito de forma mais efetiva – e barata. Ela vem acompanhando a corrente de pesquisadores que procuram usar o estudo do sistema nervoso como indicador do comportamento em ambiente corporativo. Mesmo que a sua equipe seja mais ou menos homogênea, é praticamente impossível acertar uma estratégia que motive todos a dar energia total em um projeto. “É preciso ter em mente que as percepções são sempre muito relativas”, afirma Carla.
Por isso, nada melhor que conhecer de perto seus funcionários para, pelo menos, identificar quais os perfis que você tem no time. Um outro passo, na sugestão de Carla, é dividir seus colaboradores em faixas etárias na hora de pensar em práticas motivacionais. “Motivar de forma genérica é muito difícil”, afirma.
Os perfis utilizados pelos gestores de recursos humanos também pode ajudar. O importante é que os funcionários veja o esforço em compreendê-los – e em oferece-los as melhores opções para mantê-los com a energia alta.
Veja a seguir as características que norteiam três perfis etários – e seus desejos para manter a motivação.

Jovens (até os 30 anos)

Menos sugestionados pela remuneração, propriamente, os jovens tendem a se sentir mais envolvidos quando o trabalho envolve uma repercussão social ou uma interferência no coletivo. “A empresa tem de estar afinada com esse raciocínio típico do jovem, se sentir engajado ao vislumbrar o impacto do seu trabalho no mundo em que vive”, diz Carla. Não raro, a falta de comunicação transparente com os jovens os leva a abandonar seus postos de trabalho ao perceber que não encontrarão essa repercussão desejada com seu trabalho. “Aí a empresa investe em formação, treinamentos e acabam não conseguindo usufruir disso nos profissionais”, diz.


Na meia idade (entre os 30 e 50 anos)

Um enorme desafio dificilmente servirá como motivação para quem já alcançou alguma estabilidade na carreira. O respeito pelo trabalho e o conhecimento do valor de sua atividade para a empresa ajuda a manter a alto estima. “É preciso que ele se sinta artífice da construção da empresa”, diz Carla.
No entanto, o que atrai esse público, mesmo, é a possibilidade de ganhos adicionais. “Família e projetos de vida acabam sendo mais emblemáticos nesse caso.” Para aqueles perfis de indivíduos que tem a carreira como principal foco pessoal, o reconhecimento financeiro é ainda mais importante – e exige mais critério. “Um plano de promoções bem claro é sempre algo muito importante para quem está nessa fase”, diz. “É um retorno que eles esperam da carreira.”

Maduros (acima dos 50 anos)

Um bom desafio e o acréscimo de qualidade de vida são as principais moedas de troca com aquele profissional que esbanja experiência e precisa de um esforço maior para se manter estimulado. “Fundamentalmente, dá para começar a propor para ele alguma participação nos lucros ou um novo modelo de remuneração, desde que ligado aos seus desafios”, diz Carla. “Mais que isso, vale a pena beneficiar os hobbies e os exercícios em coletivo, uma vez que nessa a vida social tende a esfriar.”

Para os mais velhos, sempre tem de ter desafios novos, até porque nos desafios novos ele vai mostrar o quanto ainda tem de colaborar. O desafio tem de estar relacionando ao acréscimo de qualidade de vida para ele. O que ele começa pensar? O que ele leva para a aposentadoria, para a velhice, para os netos. Fundamentalmente começar a propor a ele alguma participação nos lucros, uma nova remuneração. Pensar em bônus ligados à metas.

Nada melhor que conhecer de perto seus funcionários para, pelo menos, identificar quais os perfis que você tem no time

4 formas de motivar seus funcionários sem por a mão no bolso


É possível dar um gás na equipe sem investimentos milionários nem campanhas milagrosas; veja sugestões de pequenas atitudes para manter a motivação em alta
Vale lembrar quanto maior o seu conhecimento sobre os seus funcionários, maior será a sua capacidade de equalizar essas moedas de troca de forma mais efetiva e mais barata
Se quando você pensa em alavancar o resultado de seus funcionários o que vem à mente são aquelas campanhas enormes – e caríssimas- de motivação, pode ser que você esteja errado. É possível chegar a bons resultados usando outras moedas de troca que não o dinheiro.
Com lançamento marcado para a segunda quinzena de julho, o livro “Seja a pessoa certa no lugar certo”, de autoria do consultor de gestão de pessoas Eduardo Ferraz, deverá ajudar profissionais na trajetória do autoconhecimento – e também promete iluminar o caminho dos gestores de equipe.
“Na prática, em qualquer empresa do mundo, seja uma padaria ou uma petroleira multinacional, haverá sempre cinco principais moedas de troca com os funcionários”, explica Ferraz. A primeira delas, naturalmente, é aremuneração.
No entanto, são as outras quatro moedas que escondem uma mina de motivação para gestores que querem dar um estímulo para os funcionários e não podem buscar ajuda dos cofres da empresa. “Os únicos custos são a boa vontade e o trabalho mental”, lembra Ferraz.
A sugestões de Ferraz são bastante abrangentes, por isso, vale lembrar quanto maior o seu conhecimento sobre os seus funcionários, maior será a sua capacidade de equalizar essas moedas de troca de forma mais efetiva e mais barata.

1 Conforto

Oferecer segurança e conforto para os funcionários é uma boa alternativa para quem quer estimular a equipe sem por a mão no bolso. Se um novo projeto deverá demandar mais da equipe, por exemplo, Ferraz sugere um banco de horas informal, como forma de reconhecimento dos esforços adicionais. “Se você comunicar o funcionário que ele será recompensado, ao menos em horas, já é um grande estímulo”, afirma.

Nesse campo entra também a flexibilidade de horário e a previsibilidade de iniciativas e prazos. No entanto, tudo isso precisa não só ser comunicado aos funcionários, como deve ser valorizado na hora da contratação. “O custo financeiro dessa prática é zero e pode ser melhor explorada”, diz.

2 Aprendizado

Possibilidades de aprendizado sempre funcionam bem como uma ferramenta de troca com os funcionários – em especial os mais jovens. Mas se o caixa da empresa não tem permitido o investimento em pós-graduações e MBAs, por exemplo, a oportunidade de vivenciar outros setores e experiências pode funcionar muito bom. “Existem empresas que são verdadeiras escolas, que possibilitam o que chamo de aprendizado tácito. É importante que os gestores saibam valorizar isso”, diz Ferraz.
O chamado job rotation – que pressupõe a oportunidade de trocar de atividade dentro da mesma empresa por período pré-determinado – é uma prática barata que pode ser atendida. “Esse aprendizado informal acaba sendo muito mais valioso para os funcionários”, diz.

3 Reconhecimento

É claro que uma promoção é sempre a forma mais óbvia de reconhecer o trabalho de um funcionário. Mas a prática constante do feedback é um trabalho que só exige um maior cuidado na gestão da equipe.
O custo dessa ferramenta é apenas a boa vontade de dar retornos sinceros e objetivos aos funcionários. “Elogiar só por elogiar tira o valor dessa moeda de troca. Assim como a crítica excessiva torna ela frágil”, afirma Ferraz. “O reconhecimento é importantíssimo.”

4 Autorrealização

Quem nunca viu aqueles funcionários que não ganham uma fortuna, não têm segurança de seus cargos – que nem são altos – e ainda assim trabalham com todo o prazer? Essa sensação vem da sensação de pertencer a uma equipe que de fato faz a diferença. “Ele precisa ter essa sensação clara da sua missão”, diz Ferraz. “No caso de um restaurante, por exemplo, saber que ele fez parte da elaboração de uma receita que foi eleita a melhor da cidade, por exemplo, é garantia de que haverá mais retorno daquele trabalho.”

10 erros comuns dos líderes novatos


Os jovens profissionais estão se tornando gestores cada vez mais cedo. Conheça as falhas mais comuns entre os novos chefes e saiba como corrigi-las
São Paulo - Nos últimos anos, o mercado de trabalho no Brasil vive a seguinte situação: com a economia em crescimento, abriram-se vagas e faltou gente qualificada para preenchê-las. A maneira que a maioria das empresas encontrou para resolver essa questão foi promover seus jovens mais bem avaliados internamente para ocupar as novas posições.
Essa solução tem dois efeitos positivos para a
Essa solução tem dois efeitos positivos para a companhia que a adota: ela consegue preencher o posto vazio e, ao mesmo tempo, dá um aumento ao funcionário promovido, o que ajuda a retê-lo num momento em que o mercado está atrás de gente. O problema desse processo começa a ser sentido de forma nítida agora: há muita gente imatura em posição de liderança.
“Vivemos a fase do profissional em sua primeira vez: primeira vez gerente, primeira vez diretor, primeira vez presidente”, diz Marcelo Cuellar, headhunter da Michael Page, empresa de recrutamento de executivos. A sucessão dos cargos de gestão sempre aconteceu nas organizações. A diferença é que agora esse movimento se dá numa escala e numa velocidade sem precedentes no país.
O resultado da inexperiência dos líderes é uma gestão mais exposta a erros, que são inerentes ao aprendizado, mas se tornaram mais corriqueiros. “Líder você não pega na prateleira”, diz Marcelo Cuellar. “Se as empresas estão colocando inexperientes em postos de comando, têm de estar dispostas a pagar um preço e a conviver com falhas.”
Obviamente, não é dado aos líderes tempo de maturação na posição, o que faz com que aprender na prática seja a única alternativa para os funcionários recém-promovidos. “As companhias não se prepararam adequadamente para esse crescimento”, diz Janaína Ferreira Alves, coordenadora de pós-graduação do Ibmec, escola de negócios do Rio de Janeiro.
“Os profissionais que hoje estão ocupando pela primeira vez cargos de liderança normalmente tiveram uma ascensão acelerada, o tempo natural da carreira não foi respeitado, e isso tem consequências.” Mesmo com pouca experiência na cadeira de gestor, é possível corrigir as falhas.
A VOCÊ S/A ouviu chefes que assumiram cargos de liderança há pouco tempo e já aprenderam algumas lições. Também foram consultados especialistas em gestão de pessoas, liderança e recursos humanos. Esses profissionais apontaram os dez principais erros (e suas soluções) cometidos por gestores novatos. Confira.

1 Baixo foco em pessoas

Um dos principais problemas de líderes jovens é a dificuldade de gerenciar pessoas, segundo todos os especialistas consultados. “É um erro acreditar que ser gestor é ser o técnico dos técnicos”, diz o coach Silvio Celestino, de São Paulo. “Eles se esquecem das pessoas e lideram pela pressão, colocando em risco a questão da qualidade de vida deles e da equipe”, diz Vera Martins, professora do curso Liderança Assertiva da Fundação Vanzolini, de São Paulo.
Solução: Olhe para o lado
Para gerir pessoas, dizem os especialistas, a solução é olhar para o lado e prestar atenção no que dizem e querem os subordinados. Tratar todos com respeito e educação é fundamental. Cursos de liderança, livres ou oferecidos por instituições de ensino, abordam o tema gestão de pessoas e até podem ajudar. “Eles amenizam as falhas, mas não resolvem o problema”, diz Marcelo Cuellar, da Michael Page.

2 Não ter propósito de carreira

Erram os líderes que assumem o posto por status e salário. “Esse, com certeza, é o pior erro que o gestor pode cometer”, diz Silvio Celestino. Para ele, quem lidera de olho na conta bancária não consegue traçar planos de longo prazo para a empresa e deixa de preocupar-se com o trabalho da equipe. “Ele centraliza as atividades para entregar resultados e obter lucros imediatos.”
Solução: Defina o que você quer
Ter uma meta é importante em qualquer momento da carreira. Se a ideia é ser gestor, veja como alcançar o objetivo da melhor maneira possível para a sua trajetória profissional, avaliando o que ainda é preciso desenvolver para conseguir o que quer.

3 Descuidar-se da comunicação

Comunicar-se bem é uma obrigação do gestor. Ele é o responsável por traduzir para a equipe a estratégia da empresa. Quem falha nesse quesito terá problemas de desempenho. “Eu falhei ao tentar fazer mudanças de gestão sem alinhar com meus sócios”, diz Gustavo Gomes, de 33 anos, diretor executivo do Grupo Núcleos, de clínicas médicas. “Teria gastado menos energia se tivesse identificado algumas pessoas-chave para me ajudar nesse processo.”
Solução:
Seja transparente
“Ouvir e dar abertura para as pessoas exporem ideias é imprescindível”, diz Taís Amaral, professora de pós-graduação da Trevisan Escola de Negócios, em São Paulo. Comunicar claramente aos subordinados os passos que a organização dá faz do líder uma referência. “Se as coisas não estiverem bem, diga que não estão bem”, diz Janaína Alves, coordenadora de pós-graduação do Ibmec.

4 Comprometer-se demais

Por insegurança ou ambição, o jovem líder pode assumir prazos e outros tipos de compromisso sem saber se pode cumpri-los. No passado, o economista Sacha Dowek, de 32 anos, gerente comercial da Adina, importadora e produtora da indústria têxtil, prometeu a clientes prazos que dificilmente conseguiria arcar. “Foi ingenuidade”, diz. Hoje, com três anos na gerência da área comercial da empresa, Sacha aprendeu o valor de pensar a longo prazo. “Sou menos impulsivo”, afirma.
Solução: Visualize o futuro
“Comprometer-se além da conta é um erro quase inevitável e faz parte do perfil do jovem”, diz George Stein, gerente de programas abertos do Insper, escola de educação executiva. Por mais tentador que seja, diga “não” quando não tiver certeza. “Planejando, o risco de errar é menor”, avalia George.

5 Comportar-se como um colega

Dois sentimentos distintos podem surgir quando se alcança um posto de liderança: arrogância ou condescendência. O medo de perder a amizade daqueles que, até então, eram seus pares é o que mais acomete líderes jovens, acredita Taís, da Trevisan. O receio faz com que eles deixem de fazer cobranças mais pontuais para tentar ser vistos como colegas.
“Via mais o lado do colaborador do que o da empresa e cheguei a me exceder com um superior por isso”, diz Renata Honorato, de 29 anos, gerente de vendas e marketing há dois anos do E.Group, rede de pousadas e hotéis de luxo. “Fui solidária demais.” Quando teve de demitir duas pessoas a pedido da empresa, sob a justificativa de corte de pessoal, Renata sofreu. “Fiquei até doente.”
Solução:
Equilibre os dois pratos da balança
Quando um colega assume um cargo de chefia, ocorre uma mudança na relação de poder, o que pode gerar atrito. O líder deve mostrar que tem seus valores e que eles estão alinhados aos da organização. Como fazer? Preservando a coerência entra a fala e a ação no dia a dia. Manter o equilíbrio entre as crenças pessoais e considerar as necessidades da companhia e dos subordinados são os principais passos para evitar o estresse pessoal e na relação com a equipe.

6 Focar apenas em resultados

Um líder que fica de olho apenas no fim do processo, que na maioria dos casos são metas financeiras, tende a criar atalhos para alcançá-lo mais rápido. “Muitas vezes, esses atalhos trazem resultado imediato, mas comprometem a empresa no longo prazo”, diz Stella Angerami, especialista em counselling, de São Paulo. Apresentar resultado de cara é a grande preocupação de uma pessoa nova no cargo. Mas forçar a equipe a apresentar números não dá em nada. “Isso pode levar a equipe a tomar atitudes ilegais ou antiéticas”, diz Silvio Celestino.
Solução: De olho no caminho
A conquista de resultados é um processo. Administrar a pressão desde o primeiro dia evita que ela cresça muito no final. Além disso, diz George Stein, gerente de programas abertos do Insper, esse cuidado auxilia o gestor a planejar e distribuir tarefas de uma maneira organizada.

7 Dificuldade em dar feedback

O líder é responsável por explicar a seus subordinados se o trabalho deles está de acordo com o que a empresa espera, se eles estão indo na direção certa. Ao cumprir mal essa tarefa, ele prejudica o desempenho de sua equipe e o seu próprio. “Sem retorno, o funcionário não sabe o valor de seu trabalho”, diz Fábio Saad, consultor da Robert Half.
Solução: Avalie constantemente
Sentar com cada membro da equipe, ao menos uma vez por mês, deve ser rotina de todos os líderes. Se a equipe for grande, o líder deve acompanhar o trabalho, orientar e dar o retorno enquanto as coisas acontecem. A avaliação de desempenho é uma ferramenta importante para auxiliar líderes a entender a equipe. Mas o líder deve ajudar a colocar em prática o que foi combinado na avaliação.

8 Falta de controle sobre a ansiedade

“A ansiedade leva a erros, e todas as outras habilidades ficam fragilizadas em momentos de tensão”, diz Janaína, do Ibmec. Allan Sato Horita, de 29 anos, diretor de marketing, negócios e operações da Transit Telecom, empresa de telecomunicações de São Paulo, entrou na empresa como estagiário de direito em 2006 e após um ano já era supervisor.
“Eu estava aprendendo a gerenciar pessoas e, por um momento, esqueci um pouco de ser gestor. Na ansiedade, atropelava funcionários para atingir resultados”, diz. “Essa atitude gera desmotivação. É um dos maiores erros que um líder pode cometer”, diz Fábio Saad, gerente da consultoria Robert Half.
Solução: Planejamento ajuda
A ansiedade deriva da insegurança ou da necessidade de controle. Uma alternativa para dosá-la é ouvir a equipe também. “Comecei a conversar com pessoas mais experientes e com minha equipe”, diz Allan. “Estou mais informado e menos ansioso.”

9 Generalizar a gestão

Tratar a equipe de forma homogênea é uma maneira de facilitar a gestão — para o líder. Para quem está embaixo, isso pode gerar frustração. “Você tem que levar diferenças em conta para garantir a igualdade e a justiça”, diz Marcelo Cuellar, da Michael Page. É um erro dar condições iguais para profissionais que têm experiências e realidades diferentes.
“Não dá para uniformizar a gestão”, diz Gianfrancesco Ghiurghi, de 31 anos, gerente de vendas da Sadive, concessionária de caminhões de São Paulo, que se tornou gestor há menos de dois anos. “Uma das principais dificuldades que tive foi aprender a trabalhar a individualidade”, diz Gianfrancesco.
Solução: Estude sua equipe
Um bom gestor, acredita Germano Glufke Reis, professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-Eaesp), sabe identificar e ressaltar os pontos fortes e amenizar as falhas de seus subordinados. “É obrigação do gestor estudar a equipe e saber com quem está trabalhando”, avalia Germano. Para evitar injustiças, conheça o que cada membro de seu time tem a oferecer e monitore a evolução de cada um deles.

10 Não saber delegar

“Eu queria abraçar o mundo, mas fiquei sobrecarregada e estressada”, conta a administradora Crisleine Pereira, de 30 anos, diretora da Comunika, empresa de negócios por celular, de Porto Alegre, que passou de analista de marketing a diretora em três anos. Os primeiros meses como líder, lembra ela, foram difíceis.
“Os meus maiores desafios eram priorizar e aprender a delegar.” A dificuldade de distribuir tarefas é erro comum entre os mais inexperientes, que acabam centralizando e realizando as tarefas dos subordinados com medo de perder o poder. “A pessoa acaba fazendo sozinha, com receio de que os outros não façam direito”, afirma o coach Silvio Celestino.
Solução: Confie na sua equipe
A consequência de não delegar é entregar um trabalho atrasado e com erros. Por isso, a solução é ir experimentando aos poucos até adquirir confiança nos profissionais. “Estabelecer relação de confiança e comprometimento com a equipe exige equilíbrio emocional”, afirma Janaína, do Ibmec. “E isso leva tempo.”

Camila Mendonça, da VOCÊ /SA

domingo, 12 de maio de 2013

Harmonia no ambiente escolar

Cecilia Meireles, em sua saborosa poética, assim escreve: "Ensinar é acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação, mas por uma contemplação poética, afetuosa e participante."

Quando se lê a educação com esse olhar de Cecilia, parece que o dia a dia na relação professor-aluno é encantado. Muitos dirão que essa elevação afetiva se funciona no plano das ideias e que, na prática, assiste-se a um aviltante processo de destruição das relações humanas.

A violência nas escolas se materializa em agressões verbais e físicas. e a prática do bullying que destrói as relações e os seres humanos. O professor se sente vitima de um sistema que não o valoriza, portanto não o entende bem, nem o protege. Os alunos parecem prontos para a batalha. Padecem de amor e de limites. A ausência familiar se faz sentir na postura agressiva ou apatia em sala de aula.

Alemm disso, e talvez por isso, tentam disputar poder com os professores que, por sua vez, deixam-se levar em um debate desnecessário. Há um axioma essencial na relação entre professor e aluno: autoridade harmonizada pelo afeto. O aluno precisa de limite e precisa compreender o papel do educador. O docente não pode impor sua autoridade, mas deve conquistá-la, sem brigas nem ameaças, sem histeria.Com o respeito de quem sabe ensinar e aprender e de quem harmoniza as relações.

É imprescindível o resgate das relações harmoniosas no universo escolar. Evidentemente, são a experiência e a disposição do professor que farão com que ele toque na alma do seu aluno; sem isso não há educação. Alguns cuidados em nossas atitudes são de extrema importância. O primeiro deles é que professor não brigue com o aluno, mesmo que tenha a razão. Se isso acontecer, parte da sala torcerá pelo estudante e a outra pelo professor, assim, ele deixa de ser referencial. Um segundo cuidado seria o professor não colocar apelido em aluno e outra precaução seria a de não comparar um com o outro e é preciso lembrar que não há homogeneidade no processo educativo, mas heterogeneidade. E, por último, o educador não pode se mostrar arrogante nem subserviente. O meio termo é amoroso.

E aí voltamos a Cecília Meireles. A harmonia no ambiente escolar irá ocorrer quando se consegue quebrar a carcaça que envolve alguns alunos pela falta de algo que deveria ter vindo antes. É esse sonambulismo, essa postura incorreta frente á vida e frente a si mesmo.

Trata-se de ajudá-lo a viver essa contemplação poética ou, em termos aristotelicos, a buscar uma aspiração para a vida. Ou ainda, em Paulo Freire, ajudá-los a desenvolver autonomia para sonhar.

Aí sim, o professor mostrará autoridade. Autoridade generosa de quem confia e cobra, de quem educa pelo exemplo, pelo respeito, pela admiração de seus alunos. E é nesse bom caminho que entra o afeto como instrumento de poder e participação. É do olhar do mestre que saem essas virtudes. O olhar que acolhe e que constrange quando necessário. O olhar que se faz cúmplice nas boas conquistas e que lamenta docemente pelo que se perdeu. O olhar que mantém o silêncio na sala de aula, sem gritos ou lamentações, mas que capaz de chorar pela emoção de mais um aprendiz que encontrou seu caminho.

A harmonia no ambiente escolar não é uma utopia. É talvez uma tarefa complexa que exige o que de melhor podem dar os educadores: competência, coragem e muito, muito amor!
Gabriel Chalita


Artigo publicado na revista Profissão Mestre de fevereiro de 2010

Será que os pais têm consciência do quanto influenciam os filhos na construção de sua identidade?



Esta, com certeza, é uma questão que requer muitas reflexões, se não para obtenção de respostas, ao menos para propiciar o debate entre família e escola. A construção de identidade da criança acontece a partir da qualidade da vida afetiva que será construída ao longo dos seus primeiros anos de vida, e, neste momento, a mediação da família é fundamental para que o filho desenvolva habilidades e para que possa, ao longo do seu desenvolvimento, ser mais competente em suas escolhas.
São inúmeras as influências para a formação de uma criança, por este motivo pais e escola devem caminhar juntos na tarefa de transmitir valores necessários para esta formação. No entanto, parece natural que os pais se ocupem disso, e é importante salientar que a escola também é corresponsável por esta orientação e formação, mas, nos últimos tempos, vem ampliando seu papel ao lidar com o resultado direto do que a família produz nos filhos. Como nos dia de hoje a criança permanece muito tempo na escola, o investimento em cada filho está cada vez maior, havendo, inclusive, uma inversão de valores, e a criança aprende desde cedo a ter seus desejos satisfeitos. Se a família ceder ao individualismo e cortar os vínculos estáveis com os filhos, ela produzirá cada vez mais egos inseguros.
A atitude dos pais na criação de seus filhos são aspectos que interferem, de forma positiva ou negativa, no seu desenvolvimento. Se a função da família é transmitir valores, afeto, segurança e proporcionar condições para o bom desenvolvimento e construção da autonomia da criança, é necessário que ela seja construtiva, pois a infância é direito de todos, e nesse sentido eles precisam de amparo, cuidados e educação.

Texto da pedagoga Claudia Roberta Monteiro Silva é psicopedagoga institucional e clínica e mestranda em Ciências da Educação.

Dicas para os Pais de crianças com TDAH

Seguindo a mesma ideia das dicas para professores na forma de lidar com crianças com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), deixo aqui um novo conteúdo sobre o tema, mas dessa vez, direcionado aos pais que tenham filhos com hiperatividade.
Estas recomendações foram elaboradas pela ABDA (www.tdah.org.br) com base na experiência de portadores, familiares e profissionais, devendo ser encaradas como “dicas” que não excluem o acompanhamento por profissional especializado.
Dicas para os Pais
1) O comportamento dos pais não é a causa do TDAH, mas pode agravá-lo. Um lar estruturado, com harmonia e carinho, é importante para qualquer criança, e indispensável para as portadoras de TDAH, que precisam de bastante suporte para superar suas dificuldades.
2) A casa precisa ter regras claras e que sejam seguidas por todos. Os pais atuam como modelos para os filhos, portanto, devem agir como gostariam que ele agisse. Só assim a criança terá parâmetros de comportamento bem definidos e saberá o que é exigido dela.
3) Elogie, elogie, elogie. É sempre melhor dar atenção aos bons comportamentos do que punir sempre que algo indesejável acontece. Não espere pelo comportamento perfeito, valorize pequenos passos alcançados. Lembre-se que ela está sempre tentando corresponder às expectativas, mas às vezes não consegue. Crianças portadoras de TDAH tendem a ser muito criticadas, rotuladas de bagunceiras, e desobedientes e podem se sentir frustradas por não conseguir corresponder às expectativas dos adultos. Ofereça atenção e carinho ao seu filho.
4) A dica número 3 não é sinônimo de permissividade. Dar carinho e atenção não significa deixar de educar com firmeza, impondo limites quando necessário. A criança precisa aprender a cumprir regras e o respeito a elas deve ser exigido.
Leia sobre o assunto para entender o que se passa com seu filho e qual a melhor maneira de ajudá-lo. Compreenda as suas limitações, não exija demais dele, e invista em suas potencialidades. O psiquiatra, o neurologista e o psicólogo especializados em TDAH são sempre a melhor fonte para recomendar livros, textos e sites relacionados.
Educar um filho com TDAH não é tarefa das mais simples. Paciência, firmeza e disciplina são algumas das características que quem convive com o portador de TDAH precisa ter. Além de seguir com comprometimento o tratamento prescrito pelo médico, com dicas simples que podem tornar a vida dos pais e da criança mais sadia e feliz.

domingo, 6 de janeiro de 2013

A antiga escola moderna


Autor de mais de 180 livros didáticos, paradidáticos e pedagógicos, Celso Antunes, mestre em ciências humanas e especialista em inteligência e cognição, mostra na sua mais recente publicação, Antiguidades Modernas, a importância de o professor repensar e qualificar o seu cotidiano pedagógico. Baseado em diversas crônicas, Antunes abre espaço para que o professor faça uma analise sobre temas tradicionais, antigos e modernos da educação.
Revela, em entrevista exclusiva a revista Profissão Mestre, porque as aulas de alguns professores ficam para sempre na memória dos alunos.



Profissão Mestre - Qual é a importância de ministrar aulas com emoção Por que e necessário alcançar a mente do aluno pelo caminho do coração
Celso Antunes - O professor não deve, necessariamente, estar emocionado. Não se trata, como se poderia a primeira vista pensar, que ele deve ser um ator onde externa sentimentos de aguda emoção. Se ele os externar, sem duvida ajuda, mas não é nesse aspecto que o educar, através da emoção, se ressalta. O que se busca realçar e que toda aprendizagem significativa necessita, fundamentalmente, de cinco componentes na ação cognitiva do aluno, e um desses componentes é a emoção. Então a emoção, como os outros quatro paradigmas, e um dos fatores cruciais da aprendizagem. Isso não é um referencial desejável, e um componente essencial do processo de aprendizagem da criança, do adolescente e do ser humano de maneira geral.

PM - Alem da emoção, quais são os outros componentes do processo de aprendizagem?
CA - A memória, indiscutivelmente. O professor deve conhecer estratégias para poder trabalhar a memória do aluno, claro que não uma memória mecânica, repetitiva, mas uma memória onde o aluno contextualiza, onde o aluno associe saberes novos aos que naturalmente ele possui. Alem da memória, a atenção. Ele deve saber trabalhar a atenção do aluno, descobrir formulas para capta-la. E por fim a motivação desse aluno é fundamentalmente a linguagem. Então, esses quatro mais a emoção são componentes estruturais do processo de aprendizagem.

PM - O que é uma boa aula?
CA - Uma boa aula é aquela que contempla a intensidade com que esses elementos sejam trabalhados. Fazendo uma comparação com o quadro educativo e o quadro médico, o que seria um paciente com uma boa saúde? Seria um paciente que realmente não apresentaria, em nenhum aspecto da sua condição biológica, qualquer tipo de deficiência. Uma boa aula é aquela que, no seu aspecto cognitivo, não apresenta nenhuma deficiência desses cinco componentes.

PM - Por que as aulas de alguns professores são mais sedutoras do que outras?
CA - Há uma infinidades de razões, mas em linhas gerais, o que tenho observado e que a estratégia através da qual a aula é ministrada é um componente muito importante. A maior parte dos professores brasileiros, infelizmente, confunde aula com aula expositiva, e a aula expositiva e apenas uma maneira de dar aula. Sabendo ser colocada pode ser excelente, mas e obvio que se o professor conhece apenas essas estratégias e em todas as circunstancias a utiliza, e impossível que ele possa escapar da monotonia. É como o mecânico que precisa conhecer diferentes ferramentas porque a natureza do trabalho dele vai exigir em situações diferentes a oportunidade de uso diversificado e isso também ocorre com o professor. A ferramenta do professor é a aula, mas se ele tem apenas a aula expositiva como ferramenta muitas vezes isso é fator de monotonia, por isso as vezes o aluno tem um grau de motivação na primeira aula do dia que não apresenta no final do dia e assim por diante, porque ha uma repetitividade de conceito nesse processo.

PM - E como o professor pode tornar a aula mais sedutora?
CA - Uma das outras formas de dar aula que ele poderá desenvolver, além da aula expositiva, e trabalhar projetos. Por exemplo, os projetos na verdade parte de um desafio, de situações problemas e os alunos são orientados a buscar caminhos e respostas, interagindo entre si nessa busca, que naturalmente é mediada pelo professor. Outras alternativa são os chamados jogos operatórios onde a situação problema é colocada de uma maneira similar a um desafio, mas que envolve diferentes estratégias para esse alcance. Quando o professor é um arquiteto de desafios , quando ele é um propositor de problemas. Quando ele leva o aluno a se perguntar, a se educar, a dizer não a si mesmo, geralmente ele é um professor muito bem aceito e a aula acaba sendo uma daquelas aulas memoráveis que efetivamente seduz o aluno.

PM - Em um dos seus artigos o senhor cita o jogo de palavras. Como o professor pode utilizar esse método em sala de aula?
CA - De uma maneira muito simplificada, se eu disser a você: "Amanhã eu não vou passear porque vai chover", eu estou concluindo essa afirmação sem propor nenhum desafio, ela é apenas uma informação que você assimilará, mas se eu alterno a ordem das palavras e digo algo como "Passear amanhã chover se vou não", para que você, juntamente com seus colegas estruture e de ordem, portanto de sentido a essas palavras aparentemente soltas mas que integram um todo, você esta se reperguntando, você está desafiando. Então a essência do jogo de palavras e a proposição de desafios, de questões que levam o aluno a construir soluções e respostas. Ele dispõe de palavras, mais ou menos, como quem tem peças de um quebra-cabeça não devidamente montado, só que essas peças são naturalmente palavras que vão compor a sentença, mas que ele construirá.

PM - Então, nesse tipo de aula, o professor é um facilitador...
CA - O professor verdadeiramente educador é sempre um mediador e nesse tipo de aula ele é efetivamente o mediador. Ele levou a situação problema, instrumentalizou os alunos para buscarem a resposta. Esses alunos sabem de quais instrumentos dispõe. Mas realmente ele esta atuando como um desafiador, como um verdadeiro arquiteto de desafios. Nesse contexto a aula acaba se tornando naturalmente mais atraente, mais interessante.

PM - O professor busca ministrar aulas menos cansativas para os alunos. E como ele pode fazer para não cansar-se também?
CA - Na verdade, embora o objetivo de se trabalhar em projetos, trabalhar com jogos operatórios seja o lugar porque, na medida em que ele é um propositor de desafios, diminui muito a carga verbalizadora dele. Não vai em cinco aulas fazer cinco discursos. Em segundo lugar, na medida em que ele dispos aquele aluno num esquema de motivação, de interesse, de participação, ele não tem aquele desgaste de cobrar uma atenção, de impor uma rigidez e nem perceber, no desanimo do aluno, quase que um convite ao seu tédio também. O professor que trabalha assim chegara a noite cansado tão somente pelas horas que ficou em pé, mas não existe aquele cansaço de uma irritabilidade provocada pela tentativa de construir a força uma tensão que espontaneamente não se tem.

PM - O professor deve apoiar-se naquelas lembranças do passado, de quando ele era aluno, para dar aulas mais contagiantes?
CA - Não deve. Até creio que é uma rotina mais ou menos comum, mas não deve. Eu respondo com uma metáfora: se hoje, com qualquer problema de natureza biológica, qualquer doença, procura um médico e ele diz "olha eu vou tratar você como o meu avô médico me tratou", você sai correndo desse consultório porque a medicina evoluiu muito, a farmacologia teve um progresso absolutamente espetacular. Na educação, de forma alguma e diferente. O que se pensava sobre memória, o que se pensava sobre atenção, aula e motivação há 20, 30 anos é muito diferente do que se pensa hoje, então é obvio que se ele teve um professor extremamente talentoso, que se emocionava, assumir as qualidades dessa pessoa, com o que hoje se sabe, ele estaria fazendo a composição ideal. Voltando a metáfora, você ter no médico de hoje a paixão, o entusiasmo, o interesse por você, do médico de antigamente mas com a tecnologia da medicina de agora, ai sim seria ideal. Mas aquela copia literal seria passar por cima de tudo quanto de novo se descobriu.

PM - O que nunca vai deixar de ser antigo na sala de aula?
CA-? Nunca será antigo o professor não responder o que o aluno pode por si mesmo descobrir. Isso sempre será uma estratégia extremamente significativa. O professor nunca pode pensar-se assassino da curiosidade respondendo aquilo que o aluno pode sozinho descobrir, mas também, ao lado disso, nunca será antigo numa sala de aula o entusiasmo, paixão pelo que se faz, percepção do progresso do aluno e entusiasmo por esse progresso. Isso nunca envelhecera, indiscutivelmente.

PM - As lembranças da escola influenciam o aluno na vida adulta?
CA - Ele carrega essas lembranças de uma maneira muito forte e mesmo quando pensa que não está as carregando, as vezes na maneira como ele segura uma caneta, como se dirige aos colegas, ele pode não ter consciência da lembrança, mas por detrás desses atos sempre está um professor, está uma aula, está um texto que ele leu. As marcas e as lembranças da escola são extremamente fortes e poucas vezes temos plena consciência disso mas, incontestavelmente, esses professores estão sempre atrás daquilo que fazemos. Portanto, nega-la e como você negar a importância da memória na aprendizagem ou negar a importância da linguagem, ou mesmo da motivação, ou ainda da atenção.

PM - Muito se discute a influencia do professor sobre o aluno. E a influência do aluno sobre o professor?
CA - Esse é um dos campos mais novos da educação.Um pensador chileno, que está realmente em evidencia, Humberto Maturana, sempre dizia que havia referencias e cuidados com respeito a influencia do professor sobre o aluno, mas que na verdade, seres humanos são interdependentes, e da mesma maneira como num conceito, eu diria, até ecológico, que o solo depende da planta mas a planta também depende do solo. É muito difícil perceber que possa existir um e outro sem interação. Um modifica o outro, e isso é absolutamente verdadeiro em relação ao aluno para o professor. Isso não significa dizer que essa imagem esteja consciente, mas é obvio que, na maneira como somos, aquele professor que evolui o faz por forças das marcas e dos registros daquele envolvimento que ele teve com os alunos, e essa relação hoje é muito forte, muito recíproca e não é a toa que Maturana é um biólogo, porque ele tirou esse conceito da própria biologia, onde no ecossistema, A depende de B e B depende de A. E o próprio Paulo Freire já dizia isso também. É uma troca.

PM - Quais são as principais barreiras no processo do aprendizado?
CA - A principal barreira no processo do processo de aprendizagem é o professor ainda acreditar-se proprietário de um saber, cuja finalidade é transmitir aos alunos, esquecendo de identificar que esse saber se banalizou, que hoje é o encontro na Internet, que hoje eu vivo num mundo onde há múltiplos canais de televisão. Um material escolar, de maneira geral, é muito bem formado, então aquele professor repetidor de saberes, tem para cada aula aquele tema e aquela pílula, e realmente acaba sendo um professor muito pouco sedutor. Portanto ele está impondo uma barreira imensa na aprendizagem, porque está indo na contramão daquilo que realmente o aluno precisa para crescer.


PM - Para que o aluno realmente aprenda, o senhor afirma que é necessário que ele tenha liberdade interna. O que quer dizer?
CA - Ele é o agente essencial no processo de construção do seu saber. O saber não é algo que venha de fora, a aprendizagem se constrói com aquilo que eu sei e com aquilo que é colocado em relação ao meu ambiente. Então, na verdade, essa liberdade é no sentido de fazer com que o saber que o professor transmite, não pode pretender que seja o saber que o aluno adquire. Aquele saber se transforma com os saberes que o aluno tem, então, isso significa a liberdade. Cada aprendente precisa ser livre para aprender, porque ele é o agente construtor da sua própria maneira de aprender e dos próprios saberes que constrói.

PM - Para que o aluno realmente aprenda, o senhor afirma que é necessário que ele tenha liberdade interna. O que quer dizer?
CA - Ele é o agente essencial no processo de construção do seu saber. O saber não é algo que venha de fora, a aprendizagem se constrói com aquilo que eu sei e com aquilo que é colocado em relação ao meu ambiente. Então, na verdade, essa liberdade é no sentido de fazer com que o saber que o professor transmite, não pode pretender que seja o saber que o aluno adquire. Aquele saber se transforma com os saberes que o aluno tem, então, isso significa a liberdade. Cada aprendente precisa ser livre para aprender, porque ele é o agente construtor da sua própria maneira de aprender e dos próprios saberes que constrói.